Maria é "a melhor companheira de viagem durante o Advento", afirma o pregador da Casa Pontifícia, frei Raniero Cantalamessa.
No
último domingo, 27, a Igreja deu início a um novo Ano Litúrgico, com o
início do Tempo do Advento. Segundo o frei capuchinho, a Palavra de Deus
é sempre a mesma, mas, também, sempre nova, "porque cai em meio a
situações novas e porque o Espírito Santo lança luz sobre essas novas
implicações".
Na próxima sexta-feira, 2, Cantalamessa começa a
série de meditações tradicionalmente feitas ao Papa e à Cúria Romana
durante as sextas-feiras deste Tempo Litúrgico da Igreja.
Confira a entrevista do frei à Rádio Vaticano.
Rádio Vaticano – Nos ciclos anuais do Tempo Litúrgico, quais são as novidades a se colher e viver?
Frei Raniero Cantalamessa – A
novidade vem do Espírito, porque, a cada ano, o Espírito dá vida nova
às palavras que escutamos, e que escutamos em um contexto sempre novo.
Portanto, como a Palavra de Deus é sempre aquela – e a cada vez, no
entanto, é nova, porque cai em meio a situações novas e porque o
Espírito Santo lança luz sobre essas novas implicações –, assim, neste
momento, a Igreja está vivendo dois grandes temas: a evangelização, que
será o tema do Sínodo do próximo ano, e, depois, o Ano da Fé convocado por Bento XVI.
Portanto, já o Advento se presta a começar a dar um sentido concreto a
esse Ano da Fé e, ao centro do Advento, há propriamente a fé de Maria,
há a fé dos pastores, dos Magos. Não se pode começar, portanto, de
melhor maneira o Ano da Fé do que vivendo exatamente a plenitude do
Advento.
RV – Como predispor-se para viver plenamente o Tempo do Advento?
Frei Cantalamessa –
A predisposição exterior é aquela de se dar um pouco mais de espaço de
silêncio, de oração, de contemplação. Os tempos fortes servem-nos também
para isto: para produzir uma ruptura com o ritmo habitual da vida. Não
se pode certamente diminuir o compromisso, o trabalho, mas se pode
diminuir o ruído da televisão e de outras coisas, de tal forma que se
possa entrar em um clima de maior silêncio, de maior interioridade. No
fundo, contudo, aquilo que decide é a abertura maior ou menor ao
Espírito Santo, porque é o Espírito Santo a ser a presença viva de
Cristo. O Advento tem sentido enquanto revivemos a expectativa, a vinda
de Cristo: mas quem torna Cristo presente na Igreja, na história, é Ele,
é o Espírito Santo. O Espírito Santo vem sobre Maria e o Espírito
Santo, neste Tempo de Advento, deveria vir sobre todos os cristãos. E
ele vem. O importante é que seja desejado, esperado, porque, como diz
São Boaventura: "O Espírito Santo vai lá onde é esperado, desejado e
amado".
muito legal
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