Presidente da entidade se diz preocupado com aumento de penas.CNBB
designou comissão própria para analisar Código no Congresso.
4 comentários
O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom
Raymundo Damasceno, disse no início da tarde desta quarta-feira (30) que o novo
Código Penal, em discussão no Congresso, pode levar à superpopulação dos
presídios.
“Há falta de certos princípios básicos que deve orientar a elaboração do
Código”, disse Damasceno. “Achamos que o aumento de penas pode significar a
superpopulação nos nossos presídios, que já estão lotados, hoje com mais de 500
mil presos.”
O cardeal afirmou estar preocupado com o aumento das penas como forma de
prevenir crimes. Segundo ele, a entidade defende a instauração de penas
alternativas.
Para o bispo auxiliar Dom Leonardo Steiner, o novo Código não deveria ser
apenas condenatório. “Há a concepção de que o Código Penal é apenas a 'pena'. A
pessoa cometeu um delito, precisa pagar e ponto final. Defendemos a reinserção
social”, disse.
saiba mais
Reunidos para encontro mensal do Conselho Episcopal Pastoral (Consep), os
arcebispos manifestaram alívio com a prorrogação de 90 dias para a análise do
projeto do novo Código Penal, autorizada nesta quinta pelo Senado. Segundo o
presidente, o adiamento permite que diversas entidades possam contribuir,
incluindo a comissão instaurada pelo próprio CNBB para analisar o Código.
O CNBB designou uma comissão própria para analisar o Código Penal, que
receberá sugestões de bispos e fiéis e serão encaminhados para a comissão do
Senado. A proposta que tramita em comissão especial poderá receber emendas até o
dia 15 de outubro.
Censo 2010
Os bispos também avaliaram o resultado do Censo 2010, que revelou uma queda no número de católicos no país.
Os bispos também avaliaram o resultado do Censo 2010, que revelou uma queda no número de católicos no país.
Segundo a pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), a proporção de católicos permanece majoritária no país, mas
segue caindo. Em 2000, o número de católicos no país era 73,6%. O número caiu
para 64,6% em 2010.
O presidente do CNBB admitiu o crescimento de fiéis de outras igrejas, mas
afirmou que o país se mantém, em sua maioria, católico e “profundamente
religioso”.
Ele atribui a queda à ausência de determinação religiosa nas pessoas.
“Vivemos num mundo bastante marcado pelo individualismo, pelo subjetivismo. As
pessoas vivem a seu modo, a seu gosto, sem vinculação com alguma instituição
religiosa”.
O Bispo Auxiliar do CNBB, Leonardo Steiner, afirmou que os dados desafiam
positivamente a entidade. “Ao invés de nos levar a um desânimo, despertou em
todos nós o desejo muito grande de estarmos mais presentes, sermos mais
anunciadores, sermos uma Igreja mais viva”, disse.
AGU
Os bispos da CNBB também manifestaram, em nota, preocupação e discordância com a Portaria 303, da Advocacia Geral da União (AGU), prevista para entrar em vigor no dia 24 de setembro. Eles apelam ao governo federal e à AGUa revogação da portaria.
Os bispos da CNBB também manifestaram, em nota, preocupação e discordância com a Portaria 303, da Advocacia Geral da União (AGU), prevista para entrar em vigor no dia 24 de setembro. Eles apelam ao governo federal e à AGUa revogação da portaria.
A portaria regulamenta o uso e a demarcação de terras indígenas sem a
consulta dos grupos que vivem nessas áreas.
Os bispos consideram a decisão “dois passos para trás da AGU” no que se
refere aos direitos dos índios, uma vez que “dificulta o reconhecimento e a
demarcação dos territórios tradicionais, facilitando a exploração, especialmente
dos recursos hídricos e mineirais de terras já demarcadas e desrespeitando o
direito de consulta aos povos”.
Os bispos também comentaram a possível vinda do Papa Bento XVI em 2014 para a
Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário