quarta-feira, 25 de julho de 2012

MATERNIDADE ESPIRITUAL


O Papa Bento XVI disse que “o 'sim' de Maria é a porta através da qual Deus pôde entrar no mundo, fazer-se homem. Assim Maria está realmente e profundamente envolvida no mistério da Encarnação, de nossa salvação. E a Encarnação, o fazer-se homem do Filho, era desde o início o que realizava o dom de si; ao doar-se com muito amor na Cruz, para fazer-se pão para a vida do mundo. Assim este sacrifício, sacerdócio e Encarnação vão juntos e Maria está no centro deste mistério. (...) É uma espécie de testamento: confia a sua Mãe à atenção do filho, do discípulo. Mas diz inclusive ao discípulo: ‘Eis a tua Mãe’ (Jo 19, 27). O Evangelho diz-nos que a partir deste momento São João, o filho predileto, recebeu a Mãe Maria, ‘na sua casa’.”

Durante a sua peregrinação missionária, Jesus já estendera a maternidade de Maria todas as pessoas que ouvem a Palavra de Deus e a observam: “Sua mãe e seus irmãos vieram ter com ele, mas não podiam se aproximar, por causa da multidão. Alguém lhe comunicou: ‘Tua mãe e teus irmãos está lá fora e querem te ver’. Ele respondeu: ‘Minha mãe e meus irmãos são estes: os que ouvem a Palavra de Deus e põem em prática’.” (Lc 8, 19-21) Portanto, a escuta da Palavra e a observância das exigências da Palavra geram nos discípulos uma relação de intimidade, identidade e pertença tão fortes como os laços de consanguinidade entre Maria e Jesus.

De maneira especial, a comunidade cristã se prepara para viver o Ano da Fé, a ser aberto no dia 11 de outubro próximo, na comemoração dos 50 anos do início das Sessões do Concílio Vaticano II e da abertura do XIII Sínodo dos Bispos que vai tratar da “Nova Evangelização para a transmissão da fé cristã”. O Papa, na Carta Apostólica Porta Fidei, coloca Maria como o primeiro dos “exemplos de fé que marcaram estes dois mil anos da nossa história da salvação.” Assim conclui a Porta fidei: “À Mãe de Deus, proclamada ‘feliz porque acreditou’ (cf. Lc 1,45,), confiamos este tempo de graça.” Ao propor Maria como exemplo de fé, o Papa reconhece e proclama a sua maternidade espiritual.

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