Os
Símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) chegaram à diocese de
Caxias do Norte (MA) por volta das 23h do dia 31 de março. Iniciou-se na
cidade de Timon uma grande peregrinação da Cruz e do Ícone de Nossa
Senhora. As celebrações e as vigílias da noite foram marcadas por
orações e testemunhos.
No dia 1° de abril, a juventude e o povo
de Deus, somando oito mil pessoas das quatro paróquias da cidade,
tomaram conta das ruas e caminharam em procissão para a celebração de
Domingo de Ramos. Os jovens da Fazenda da Paz (instituição de
recuperação de dependentes químicos) carregaram a Cruz e o Ícone de
Nossa Senhora no percurso pelo qual milhares de pessoas passaram para
rezar.
Na tarde do mesmo dia, o momento que
tomou conta do coração das pessoas foi a entrada dos Símbolos na cadeia
de Timon, onde os 250 presos puderam tocá-los e rezar diante deles,
dando um testemunho de fé e agradecendo à Igreja por ter preocupado com
eles.
Em seguida a Cruz e o Ícone,
acompanhados de 200 carros, partiram em carreata para a cidade de
Caxias. Os Símbolos foram acolhidos por milhares de pessoas com seus
altares nas portas e janelas das casas. O parque da cidade foi tomado
por uma multidão de 15 mil pessoas que caminharam três quilômetros até
chegar à Praça da Catedral, onde mais 20 mil pessoas esperavam. Lá, dom
Vilson Basso, bispo de Caxias e referencial da juventude no Regional
Nordeste 5 (Maranhão), celebrou a missa.
A 5h da manhã do dia 2 de abril, os
Símbolos continuaram peregrinando pela cidade. Carregados pelos jovens
voluntários, eles foram até o Batalhão do Exército de Caxias e até a
Polícia Militar. Vinte jovens do Exército e mais dez da policia militar
carregaram a Cruz e o Ícone até a Praça da Catedral, onde 20 mil
estudantes os esperavam para rezar e fazer sua procissão. Para poder
acolher a Cruz, foi decretado feriado municipal.
Durante a caminhada com os estudantes,
dom Vilson pedia para parar o trio elétrico diante de hospitais,
creches, repartições publicas, do comércio, do centro cultural, e ia
abençoando cada um desses lugares, deixando uma mensagem de amor e paz.
Na tarde do mesmo, dia os Símbolos passaram pela cadeia de Caxias e,
em seguida, se encontraram com os universitários, num momento em que a
oração e o testemunho tomaram conta dos jovens e professores. A noite
começou a vigília na Catedral, onde muitos jovens testemunharam a sua
fé.
Na terça, 3 de abril, por volta de 4h
da madrugada, começou a missa de envio e milhares de pessoas se
despediram da Cruz e do Ícone de Nossa Senhora.
Segundo o padre Toninho Ramos, assessor
nacional da Juventude, o calor humano foi contagiante. “Passei 24h
rezando com os jovens e seguindo os Ícones da JMJ. Na Procissão de
Ramos, num calor de 35 graus, Nosso Senhor Jesus tocava profundamente o
coração daquelas oito mil pessoas que caminhavam incansavelmente
seguindo os Símbolos da JMJ em Timon. Como se não bastasse, a Cruz e o
Ícone de Nossa Senhora foram levados pelos jovens para dentro da
cadeia, e ao ver tantos jovens na prisão meu coração sangrou. Os jovens
presos pediam a Deus que os tirasse daquela cadeia e mesmo com uma dor
muito grande, perguntei ao jovem Rafael pelo buraco da grade da
prisão, qual era a esperança dele. Resposta dele foi: ‘Deus é mais e
ele vai me tirar daqui e vou começar uma vida nova’. Nesse momento
chorei, porque sei que nas cadeias do Brasil a maioria dos presos são
jovens e, assim como esses presos de Caxias do Norte, também milhares
de jovens sonham e gritam por liberdade”, enfatizou o padre Toninho.
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